A FAMÍLIA NESSE MOMENTO
TÃO DELICADO
Maria Martins Esteves
1
, mãe de João
2
, 4 anos
de uma escola particular do município de São
Paulo relatou que diante do isolamento social,
e a demanda escolar com atividades diárias, foi
necessário nos reinventarmos a cada dia.
A escola e as famílias precisaram de
organização para encarar essa nova “Era
Tecnológica”.
Ela percebeu que para facilitar o processo
para os pais, foram enviadas pela escola
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atividades já impressas, o que facilitou o
planejamento e execução das mesmas.
Também disse que a escola enviou
orientações específicas sobre cada etapa a ser
seguida, assim foi possível criar uma ordem
para a realização das atividades, tendo em vista
os eixos de ensino aplicados nas aulas
diariamente.
O canal criado para a comunicação entre
família e escola, foi de extrema importância
para aproximar as famílias nesse momento tão
delicado, foi possível formar uma corrente de
ajuda e até proporcionar um momento especial
de interação entre as crianças, por meio de
vídeo chamadas, que puderam mostrar os
brinquedos de casa e até inventar uma
brincadeira online com fantasias.
Algo extremamente positivo que a mãe
percebeu, foi acompanhar seu filho em
atividades que ele executa em sala de aula, pois
com a correria do dia-a-dia, às vezes, não há
disponibilidade para acompanhá-lo tão de
perto em estudos diários, e nem mesmo
dimensão do quanto evolui no aprendizado, na
autonomia e em outros aspectos.
Maria acredita que a posição da escola foi
excepcional nesse momento, e que foram bem
instruídas para dar o apoio aos pequenos em
casa.
O professor encara qualquer desafio.
Quem diria que em pleno século XXI
passaríamos por uma situação tão delicada em
nosso país? Pois é! O problema que veio do
outro lado do mundo e acabou chegando até
nós. Como professor sempre tem desafios para
encarar e não se vence tão fácil diante das
dificuldades, com o Covid-19, não poderia ser
diferente.
Aulas suspensas por tempo indeterminado.
O que fazer?
Katia Pinheiro Serafim
3
, professora em duas
escolas particulares do munícipio de São Paulo
nos relatou um pouco de como foi esse
processo. Primeiramente teve o cuidado de
rever o seu planejamento, porque com certeza
precisaria adaptá-lo para tal situação. Após
selecionar o que seria prioridade neste
momento delicado, tarefa difícil, porque na
área da educação todo conteúdo tem a sua
importância.
Acreditou que o maior desafio neste
momento de pandemia, foi se adaptar as
ferramentas tecnológicas de uma maneira que
pudesse contribuir com a continuidade dos
estudos dos educandos. Essa é uma questão
muito delicada, porque não temos acesso do
quanto cada família tem de conhecimento
nessa área, sem contar que a maioria também
teve que ficar em casa devido ao isolamento
social, e também executar suas tarefas
profissionais remotamente.
“Por esse motivo, foi necessário um cuidado
extremo na hora de enviar as atividades aos
estudantes, porque é a nossa função de
ensinar, fomos preparadas para isso e sabemos
perfeitamente que desconstruir é mais difícil
que construir”.
Então, um dos maiores desafios foi de gravar
aulas, criar canais de comunicação para sanar
as dúvidas dos estudantes e por que não entrar
na casa de cada um e fazer uma aula on-line,
sem saber quem realmente está assistindo?
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Esse é o papel do professor, encarar os desafios
sem ter vergonha!
Katia percebeu que algumas famílias se
adaptaram bem a essa rotina, porém outras se
viram perdidas na organização do tempo, no
acesso às atividades no modo virtual e até
mesmo na maneira de ensinar, um, dois ou três
filhos ao mesmo tempo, sem contar os demais
compromissos. Algumas famílias atacaram a
escola e outras entenderam a situação e foram
parceiras, abraçando a causa.
Katia relata que sim, deu vontade de chorar,
jogar tudo para o alto e deixar a situação passar,
mas como muitos sabem, professor que é
professor sempre dá um jeitinho de se adaptar
e reinventar, afinal lidamos com diferentes
crianças, com diferentes habilidades e para isso
precisamos estar capacitados para o que der e
vier, porque a área da educação está sempre
em constante evolução.
É claro que nem todas as crianças tiveram
acesso aos recursos que disponibilizamos,
sabemos que algumas não têm autonomia para
desempenhar determinada função, por esse
motivo, quando tudo isso passar, é obrigação
do professor reorganizar os conteúdos e adotar
diferentes estratégias para conseguir recuperar
esse tempo em que não foi possível estar
presente 100% na vida escolar deles.
Madalena Freire (2013), afirma que:
o professor não é técnico, nem um simples
transmissor de conhecimento, mas um
profissional que tem que ser capaz de
identificar os problemas que surgem na sua
atividade, procurando construir soluções
adequadas. Para tanto, é necessário que
possua, ele próprio, competências significativas
no domínio da análise crítica de situações e da
produção de novos conhecimentos visando à
própria transformação (FREIRE,2013, p.34).
É exatamente isso que o professor fará
quando tudo isso passar, analisar criticamente
todo o percurso, buscar soluções e colocar em
prática o que é necessário, rever o que passou,
atuar e colher o melhor futuramente.
Katia relata que a sociedade refletiu e
percebeu o quanto o papel do professor é
importante e que não é possível substituí-lo,
independentemente do tempo, da razão, do
motivo, o professor deve sempre estar lá ,na
sala de aula, lugar sagrado, cumprindo seu
papel.
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2 Comments
Parabéns pelo conteúdo deste blog, fez um ótimo
trabalho!
Gostei muito.
um grande abraço!!!
Olá Lígia. Parabéns pelo artigo.