Psicopedagogia – Colégio Santa Gema

Psicopedagogia

Colégio Santa Gema de cara nova!
10 de setembro de 2018

Psicologia + Pedagogia

Um dos temas centrais do trabalho em Psicopedagogia está relacionado ao aprender da criança, do adolescente, dos pais, do professor e do próprio psicopedagogo. O aprender, ou como se aprende, pode ser um importante ponto de partida para a compreensão dos fatores que interferem na curiosidade intelectual, a ponto de comprometer seriamente, a aprendizagem escolar.

Este texto baseia-se nos 20 anos que atuo como professora da rede particular de ensino com crianças e adolescentes de 2 a 18 anos, em que pude observar que os pais são os primeiros grandes preparadores dos filhos, influenciando no desenvolvimento dos mesmos não só através do trabalho educativo que desempenham, mas também como modelos, principalmente nos primeiros anos de vida dos pequenos. Com base em minha experiência como educadora durante todos esses anos, pude observar o papel preponderante do sistema familiar na aprendizagem da criança.

O objetivo maior deste texto é destacar a importância da família na estruturação do potencial de aprendizagem da criança, ou seja, a família como exemplo e intermediária não só da forma como essa criança vai se colocar no mundo, mas também da aquisição de conhecimento e da relação com a aprendizagem.

A família tem lugar forte e quase insubstituível nesse caso, pois quanto mais esta família valoriza o aprender, mais ela levará a criança a se interessar pelo conhecimento e mobilizar dentro de si mesma os recursos para buscar esse conhecimento e novos outros. É esta última que é capaz de contribuir na construção da aprendizagem da criança e na concretização das suas possibilidades reais para se tornar um adulto competente e autoconfiante.


 

A criança em desenvolvimento necessita de um ambiente adequadamente estimulante, motivador, cativante e propício à aprendizagem.

Hilda Winther

 

Para que uma criança aprenda, é necessário que ela tenha o desejo de aprender e que, sobretudo, o desejo dos pais autorize dando possibilidades, abrindo caminhos e sabendo enxergar suas necessidades, seus papéis e seus limites.

Neste momento, quero refletir sobre as possíveis relações entre o processo de aprendizagem e a dinâmica familiar. Isso porque, para finalizar, a criança nasce de um relacionamento numa ação entre duas pessoas: o pai e a mãe. A partir disso, vive e convive num agrupamento, numa instituição. Nesse conviver se encontra, recebe e dá, ensina e aprende. Há troca.

Tanto na escola como na família, o aprendizado ocorre com a presença de alguém que ensina e alguém aprende. Foco minha atenção nessa interdependência que promoverá ou não de forma positiva a aprendizagem e o conhecimento.

Um ambiente familiar que contribui positivamente no processo de aprendizagem de seus membros, além de recursos materiais, oferece segurança, calma, e inclui adultos com disponibilidade para interagir com as crianças, ou seja, capazes de funcionar como mediadores entre elas e os estímulos. Segundo Maturano (1999), é através de seu envolvimento que os pais fornecem recursos essenciais ao desenvolvimento da criança, de encorajamento e reconhecimento aos seus esforços de autonomia, exigindo que esta resolva seus problemas, mas se mantendo disponíveis para dar assistência, caso precise; e a promoção de atividades sociais e culturais enriquecedoras.

De uma forma mais simples, é praticar atividades como ler, brincar, passear, conversar com a criança, ajudar em suas tarefas e interessar-se por seu mundo. O compartilhar dessas atividades lúdicas e as conversas entre pais e filhos propiciam o desenvolvimento cognitivo e linguístico que contribuem diretamente no processo de aprendizagem da criança.


Durante todos esses anos que passei em sala de aula e nos fundamentos teóricos que estudei no curso de Psicopedagogia, aprendi que muitos são os fatores que levam a criança a ter uma dificuldade de aprendizagem, mas acredito que a família seja a grande base dessa sustentação e que até defina o caminho a ser percorrido por esse ser humano, que muitas vezes mostra-se indefeso e sem horizontes.
A compreensão dessa dinâmica familiar por parte dos Profissionais de Educação é tarefa valiosa, pois determina suas conclusões e ao mesmo tempo auxilia esse núcleo numa perspectiva ampla de tomada de consciência e união.